Sou
uma rapariga meio maluquita, destrambelhada, acelerada, sem horários, criança,
confusa, que até parece uma adolescente, todas estas e outras descrições que
não me soam em palavras… rapariga eu que pareço que vivo, aliás que vivo mesmo,
uma vida paralela em que tenho que viver como mulher (e não desgosto, de forma
alguma, da ideia), em que tenho que ser responsável, exemplar, viver com
regras, com quase monotonia profunda.
Vinda
de um mundo simples, que tanto eu adoro. Gestos simples. Vivências um quanto ou
tanto perturbadoras para a minha visão, mente, psicológico, para a idade que
teria no momento em que cada uma delas ocorreu. Acontecimentos de coincidências
da vida, que me iram marcar.
Sinto-me
responsável por uma vida, essa a quem eu dei vida, e por outras vidas, essas
que me deram a vida a mim, que me fizeram ser quem eu sou hoje, que me
continuam a ajudar em tudo, e uma outra, que é como irmão de sangue, filho da mesma
mãe mas com pais diferentes, que deu-me muito na cabeça, sendo ele um irmão
presente que fez besteiras comigo e que me deu na cabeça quando tinha que dar,
sempre esteve (e está) presente para me defender como um pai faria.
Estou
bastante honrada por ter a vida que tenho. Acho que ela está sendo
completamente um exemplo para mim, está sendo diferente do normal. Sinto nela
todas as lições que até então me poderia dar.
Cada
coisa a seu tempo, muitas delas aceleraram, e fugiram do mapa de planos. A isso
chamo de imprevistos, desvios que iram dar ao mesmo destino. Será mais longo e
demorado o caminho a percorrer, mas espero chegar bem ao destino de embarque,
sentindo-me que fiz o que pude fazer, e que ultrapassei os meus limites para
cumprir com a minha missão.
Quero
que se sintam orgulhosos de quem cá colocaram e educaram e de quem cá deixaram.
E espero sentir-me orgulhosa de quem eu cá deixarei e de quem cá coloquei e
eduquei.